Censo NEAD-FIPE de Atenção Domiciliar 2017/2018

Um café da manhã para cerca de 50 convidados, no último dia 27 de setembro, marcou o lançamento do Censo NEAD-FIPE de Atenção Domiciliar 2017/2018. Os participantes receberam em primeira mão e na íntegra o resultado do levantamento que, este ano, foi realizado por uma das mais renomadas e reconhecidas instituições do país: a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da USP – Fipe.

Encomendada pelas duas entidades, NEAD e SINESAD, a pesquisa buscou caracterizar o mercado de serviços de Atenção Domiciliar e avaliar os potenciais impactos da retração do setor sobre empregos e sobre a rede hospitalar brasileira. Segundo Rafael Ferreira, um dos coordenadores do levantamento, que é professor do Departamento de Economia da Universidade de São Paulo e pesquisador na área de Finanças Corporativas, o relatório final apresenta os resultados dos levantamentos de dados dos Ministérios da Saúde e do Trabalho e do Censo propriamente dito.

Rafael Ferreira, um dos coordenadores da Fipe, em breve apresentação.

A coleta de dados em nível nacional teve início em agosto de 2017 e terminou em maio deste ano e embora tenham sido enviados 889 convites, a participação efetiva das empresas ficou em torno de 10% desse número. “As empresas são ávidas por informações do setor e do mercado de Atenção Domiciliar, mas, infelizmente, são avessas a dar informações, mesmo sabendo da importância para o segmento como um todo, o que é uma característica do empresário brasileiro e não uma exclusividade nossa, de acordo com profissionais da área estatística”, explicou o presidente do NEAD, Luís Cláudio Marrochi.

Para o presidente do SINESAD, Ari Bolonhezi, que acompanha e se dedica aos censos desde a primeira edição, a parceria com a Fipe foi um aprendizado que ajudará a melhorar os próximos questionários. “Devido à complexidade e variabilidade da prestação do serviço de Atenção Domiciliar, as médias e grandes empresas também têm complexa estrutura e, muitas vezes, a pessoa que responde o questionário não tem acesso a todas as informações e precisa da intervenção de outros gestores para complementar as respostas. O formato do questionário desta edição não permitia isso, o que gerou um trabalho mais demorado e alguns questionários incompletos”, esclareceu.

Luís Marrochi, presidente NEAD, Ari Bolonhezi, presidente SINESAD, Leonardo Salgado, vice-presidente NEAD e Rafael Ferreira, da Fipe.

De acordo com as diretorias das entidades, a busca por uma instituição reconhecida e idônea foi justamente para garantir o sigilo dos dados e, assim, estimular a participação de um número maior de empresas. Nesse sentido também, o questionário não entrou na área financeira. No entanto, NEAD e SINESAD já cogitam a possibilidade de realizar censos temáticos em breve e, claro, versões que incluam dados financeiros.

 

A versão do Censo NEAD-FIPE 2018 na íntegra será entregue a todos os respondentes, sejam associados ou não associados e somente dados parciais serão disponibilizados para acesso geral. Mas, para encerrar nossa matéria demonstrando a importância da Atenção Domiciliar para o sistema de saúde brasileiro, destacamos que, na hipótese de extinção do setor, seriam necessários 16.228 leitos adicionais por ano para que a rede hospitalar absorvesse a demanda de pacientes, ou seja, número equivalente ao total de leitos do estado de Santa Catarina.