ANDRÉ LUIS CORTEZ MINCHILLO – GESTÕES 2009-2011 E 2011-2013

Como um dos fundadores do Nead, presidente por duas gestões, que acaba de concluir o segundo mandato, como analisa a trajetória da entidade nestes dez anos?

Dr. André Luis Cortez MinchilloNestes dez anos de existência de nossa Associação, observamos um forte amadurecimento das ações lideradas pelo Nead. Criada para defender o segmento e alçar o setor de Atenção Domiciliar à altura de sua importância no cenário de saúde brasileiro, vem cumprindo sua missão. Sua crescente participação em fóruns de discussão, como entidade representativa do setor, propiciou a expansão do entendimento sobre o tema. O incremento de empresas que se filiaram em todo o Brasil dá ideia da dimensão que atingimos. As discussões se tornaram mais complexas para atender aos desafios que enfrentamos para a consolidação do setor.

Parcerias com importantes entidades representativas da sociedade, como a seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil, foram de vital importância para o fortalecimento de nossas discussões, tanto na esfera das relações de trabalho, quanto na propositura de estudos para o legislativo.


Como presidente em final de dois mandatos, a satisfação foi enorme por ter participado de todo esse esforço junto com todos os colegas de Diretoria.

Na realidade, você esteve na presidência por dois mandatos consecutivos, de 2009 a 2011 e de 2011 a 2013 e, portanto, acaba de concluir seu mandato. Durante as suas gestões, o que considera como as maiores conquistas e também como os maiores desafios?

Dr. André Todo trabalho desenvolvido nestas duas gestões partiu do princípio do estabelecimento de um planejamento de médio e longo prazos, essenciais para atender as demandas existentes. Com o exemplo dado pelos presidentes que tive a honra de suceder, aprendi que o esforço conjunto da Diretoria e das empresas associadas era fundamental para alcançar as metas estabelecidas. Transparência e idoneidade fazem parte da cultura da nossa entidade. Mantê-las e buscar meios de aprimorar a divulgação de informações foram metas. Para tanto, através da profissionalização do setor de comunicação, um novo site foi criado e a newsletter teve sua periodicidade mantida. O novo logo do Nead não foi elaborado simplesmente por questões estéticas, mas com o objetivo de reforçar a ideia de modernidade e evolução.

No campo das relações entre empresas e fornecedores e atendendo aos princípios de estabelecer orientações aos associados, foi elaborada uma Cartilha sobre o Cooperativismo e a Atenção Domiciliar, em parceria com o SINESAD.

No campo político, estreitamos o relacionamento com o executivo, entregando propostas para a área de saúde pública referenciadas nos benefícios da atenção domiciliar. Da mesma forma, membros associados ao Nead colaboraram de forma estreita no desenvolvimento da Cartilha do Programa Federal “Melhor em Casa”.

Hoje, fazemos parte da Comissão de Cooperativismo da OAB-SP e do seu Comitê de Estudos de Atenção Domiciliar, colaborando na formatação de propostas para o Judiciário. Realizamos visitas à ANS e teremos assento na Agenda Regulatória da Agência.

Para atender às necessidades regionais, estabelecemos Diretorias Regionais no Rio de Janeiro e em Salvador e, para embasar o planejamento de ações futuras, está em fase final o Censo 2013, em que até agora foram entrevistadas mais de 200 empresas prestadoras de Atenção Domiciliar, associadas ou não, em todo o território nacional. Essa pesquisa teve a característica da contratação de empresa especializada para garantir a seriedade e idoneidade dos resultados, informações atualizadas e balizadas de um setor que carece de dados fidedignos para o estabelecimento do cenário atual da AD no Brasil.

Entretanto, muita há por fazer. As várias frentes de trabalho que estão em andamento serão, com certeza, objeto de trabalho da nova Diretoria. Incessante é a luta para estabelecermos os requisitos de segurança jurídica para as relações de trabalho. Incentivar e prestigiar a criação de ferramentas junto com os setores de formação de Recursos Humanos continua a ser um dos grandes desafios do Nead.

Agora, como um profissional do setor de Atenção Domiciliar, como vê o crescimento da modalidade no Brasil e o que acredita ser a principal ou as principais prioridades do Nead como entidade representativa?

Dr. André – Não poderia deixar de ser otimista em relação ao futuro da Atenção Domiciliar, tanto no setor privado, como no público. A despeito de inúmeras dificuldades que enfrentamos, cresce o número de procedimentos realizados em domicílio. Segundo a ANS, mais de 90 mil internações domiciliares foram realizadas no ano passado e este número deve passar de 120 mil para 2013. Obviamente, para atender a essa demanda crescente, auxiliar a elevar o número e capacitação de novos colaboradores passa a ser prioridade para a sustentabilidade do setor.
Entre as diferentes frentes de atuação do Nead, poderia sugerir uma agenda para discussão dos aspectos mercadológicos e de relacionamento com as fontes pagadoras. A execução de atividades poderia contemplar maior representatividade de outros estados da União, trazendo assim, para o centro das discussões, novas empresas associadas e entidades formadoras de opinião.

A sensação de missão cumprida não encerra meu desejo de unir esforços para o engrandecimento do Nead e da Saúde Domiciliar no Brasil. Para tanto, a experiência dos membros da Nova Diretoria, encabeçada pelo Sr. Franco Cavalieri, nos dá a certeza da continuidade do crescimento da entidade.